domingo, 7 de agosto de 2016

"Causos" I - FN - Rir ainda é o melhor remédio.


A PRAGA AMARELA 
"E Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia. Mas sentiu que faltava algo, e, do alto de Sua onisciência, criou os Fuzileiros Navais"!  
("d'aprés" Genesis, 1-31)
É, talvez não tenha sido exatamente assim. Mas de qualquer forma, as origens dos Fuzileiros Navais se perdem na noite dos tempos, junto às dos Marinheiros - ou "Quincas" - talvez desde que o homo sapiens, pela primeira vez, lançou um tronco escavado à água, fê-lo flutuar e partiu em busca da caça que alimentasse seu corpo, ou da aventura que enriquecesse seu espírito; ou do inimigo, racional ou não, que ameaçasse seu bem-estar. Como fazem até hoje todas as Marinhas do mundo.
E lá se foram os Marinheiros conduzindo os navios, e os Fuzileiros combatendo, nas torretas dos canhões, nas abordagens, nas lutas corpo a corpo nos conveses, nos desembarques anfíbios...e por aí vai.  
Aqui no Brasil, desde 1808, pela mão de D. João VI, que os quis como escolta, em sua vinda para estas plagas - antes mesmo que D. Pedro I e José Bonifácio oficializassem a existência da Marinha do Brasil, em 1822 - e ocupando, de 1809 até hoje, a mesma Fortaleza de São José, na Ilha das Cobras, Rio de Janeiro.
Amados pela população, que ainda sente arrepios ao vê-los, de dólmã garance, calça azul-ferrete com debrum vermelho e o tradicional gorro de fita branco, desfilando garbosos, ao som de sua Banda Marcial. Ou de camuflado, fazendo-se presentes por terra, pelo ar ou pelo mar - "Per mare, per terram, per astra, ADSUMUS !"
Eternizados por Luiz Peixoto, em seu poema "Bandeira":
"(...) Sê maió qui o céu, qui a terra, qui fogi qui nem si vê...
Maió que os sete pecado...Maió que os ôio ispantado di déiz saci pererê...
Maió qui Pedro Premêro, qui foi grandi cumo u quê...
Maió qui u Brasi intêro...Maió qui sê brasilêro...
Quiria sê Fuzilêro...Sê Fuzilêro Navá...
P’ra ti batê cuntinença, cum toda malemolença..."
Ou nos versos de Lamartine Babo, em "O teu cabelo não nega":
"(...) Quando meu bem, vieste à terra,
Portugal declarou guerra... 
A concorrência então foi colossal...
Vasco da Gama contra o Batalhão Naval..."
Pois é. Mas nem tudo são glórias, heroísmos, atos de bravura, ordens-do-dia do tipo "meu Brasil do céu de anil do peito varonil" etc etc etc.
Há também "causos" folclóricos, bem-humorados - "Navalhadas", como querem alguns - em parte provocados pelos Quincas, que têm lá suas diferenças com os Navais, e certamente aumentam um ponto cada vez que contam um conto; e em parte originados dos próprios "papos de fogueira" dos Navais, que, em suas histórias, certamente sempre levam a melhor sobre os Quincas...
São algumas dessas "coisas de Naval" que narraremos agora. Mas deixando sempre patente a autenticidade do lema da tropa anfíbia: 
"Confie neles !"
X X X X X

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