As primeiras palavras que vêem à lembrança quando se fala em Fuzileiros Navais são:
profissionalismo, elite, treinamento, disciplina, vibração, respeito, admiração, união... Os
Fuzileiros Navais brasileiros são uma Força Anfíbia cuja premissa básica é de desenvolver
operações terrestres de caráter naval, a fim de contribuir para a aplicação do Poder Naval
brasileiro. Subordinados ao Comando da Marinha, os Fuzileiros Navais são admirados pelo seu
elevado grau de aprestamento e confiabilidade. Mas como são formados os soldados dessa
elite? Para conhecer como é a formação do soldado Fuzileiro Naval brasileiro, a ALIDE
acompanhou um dia de treinamento dos futuros soldados no CIAMPA – Centro de Instrução
Almirante Milclíades Portela Alves – um dos responsáveis em transformar o sonho de um jovem
na realidade de ser um Naval.
O processo seletivo conta com diversas avaliações. O candidato enfrenta inicialmente um
exame de escolaridade de nível fundamental (1° Grau). Os aprovados passam então pelos
testes físicos que incluem corrida, natação e exercícios. A fase seguinte é a bateria de exames
da Inspeção de Saúde. A peneira continua com a realização de Exames Psicológicos. Após
passarem por tudo isso e depois de checados detalhes burocráticos, os aprovados são então
matriculados no curso.
Os recrutas são adestrados e preparados para a guerra em pistas de combate em localidade,
maneabilidade, tiro de combate, pista de cabos, câmara de gás, tanque tático, estande de tiro
de fuzil, estande de lançamento de granadas, dentre outros. Durante o curso também são
realizadas marchas, patrulhas e tiros de combate e de banqueta. Os recrutas também recebem
instruções para a vida, como aulas de informática e palestras sobre drogas. Eles contam, ainda,
com orientação educacional e pedagógica como numa escola civil.
As sete semanas iniciais são em regime total de internação. Durante a internação, a família
pode fazer visitas aos recrutas em dois finais de semana. Passada esta fase, os alunos podem ir
para a casa todas as sextas-feiras, regressando aos domingos às 21 horas.
Sempre que uma nova turma é formada, são realizadas pesquisas sócio-econômicas para traçar
o perfil dos alunos. A mais recente pesquisa apontou que 86,23% dos candidatos aprovados no
concurso tinham o Ensino Médio (2° Grau) concluído. Apenas 9,92% possuíam o Ensino
Fundamental – nível mínimo exigido –, 2,63% possuíam o Ensino Superior ainda incompleto e
nenhum, até mesmo pela baixa idade dos candidatos (18 a 21 anos), havia concluído um Curso
Superior. Essa questão é importante porque o CIAMPA constatou que quanto maior o nível de
escolaridade médio de cada turma, melhor é o rendimento dela durante o período de
treinamento. O maior grau de instrução dos alunos reflete diretamente na formação de
soldados mais preparados, pois eles conseguem aprender os conhecimentos de maneira muito
mais natural.